Introdução
A rosácea é uma condição dermatológica comum, caracterizada por episódios de flushing (vermelhidão), eritema (vermelhidão persistente) com ou sem pápulas e pústulas. A forma mais comum da rosácea é a eritematotelangectásica, que apresenta eritema persistente ou transitório e telangiectasias (pequenos vasos sanguíneos dilatados visíveis na pele). Esta condição é frequentemente exacerbada por fatores desencadeantes como exposição ao sol, consumo de álcool e alimentos apimentados.
Desafios no Tratamento do Eritema da Rosácea
O eritema da rosácea é decorrente da dilatação crônica dos vasos sanguíneos. Infelizmente, as opções terapêuticas para tratar especificamente o eritema persistente são limitadas. No entanto, os agonistas alfa-adrenérgicos têm se mostrado promissores nesse contexto.
Oximetazolina: Uma Nova Opção Terapêutica
A oximetazolina, comercializada como Rhofade pela Allergan, foi aprovada pela FDA em 2017 como uma opção de tratamento para o eritema persistente facial da rosácea. Este medicamento é um agonista do receptor alfa-adrenérgico, atuando como vasoconstritor.
Mecanismo de Ação e Uso
A oximetazolina é amplamente utilizada como um vasoconstritor nasal e em colírios oculares. Quando utilizada topicamente no rosto, demonstrou efeitos significativos na redução do eritema, geralmente começando a agir após 3 horas e com duração de até 12 horas. A forma tópica é disponibilizada em creme na concentração de 1% de cloridrato de oximetazolina. Recomenda-se aplicar uma quantidade equivalente a um grão de ervilha no rosto uma vez ao dia, evitando contato com os olhos e lábios e lavando as mãos logo após o uso.
Considerações e Precauções
A oximetazolina está disponível também em spray nasal a 0,05%. No entanto, os dados sobre seu uso durante a gestação e lactação são inconclusivos, e o medicamento não deve ser utilizado por pacientes que fazem uso de inibidores da MAO (monoamina oxidase).
Normalmente, o uso da oximetazolina é bem tolerado, embora possa ocorrer dermatite de contato em cerca de 2% dos pacientes após quatro semanas de uso. Diferentemente de outros tratamentos, como o Mirvaso (brimonidina), que foi retirado do mercado devido a um efeito rebote significativo em um terço dos pacientes, não há dados indicando que a oximetazolina cause rebote do eritema.
Custos e Acessibilidade
Apesar de seu custo ser mais elevado em comparação com outros produtos para rosácea, a eficácia e a tolerabilidade da oximetazolina fazem dela uma opção viável para muitos pacientes que sofrem com o eritema persistente da rosácea.
Considerações Finais
A oximetazolina representa uma importante adição às opções de tratamento disponíveis para o eritema persistente da rosácea, oferecendo um alívio significativo para muitos pacientes. Profissionais de saúde devem considerar essa opção terapêutica, especialmente em casos onde outras alternativas se mostraram ineficazes ou inadequadas.
Para mais informações detalhadas sobre o uso da oximetazolina no tratamento da rosácea, recomenda-se consultar a bula do medicamento e discutir com um dermatologista as melhores práticas de tratamento.