A preocupação com o risco de depressão associado ao uso de isotretinoína em pacientes com acne é tema de longa data. Dados anteriores apresentavam resultados conflitantes e inconsistentes. No entanto, uma meta-análise recente abordou essa questão, utilizando o modelo de efeitos aleatórios e sintetizando dados através do diferencial médio padronizado e do risco relativo (RR). A pesquisa abrangeu estudos identificados em bases como PubMed, Embase e Cochrane Library até dezembro de 2017.
A análise revelou que, embora alguns estudos experimentais sugiram uma possível relação entre isotretinoína e depressão devido aos seus efeitos no sistema nervoso central, a controvérsia persiste. Os resultados desta meta-análise indicam que a isotretinoína pode melhorar sintomas depressivos em pacientes com acne, mas a possibilidade de aumento do risco de depressão não pode ser descartada completamente.
Estudos anteriores sugeriram que a isotretinoína poderia afetar negativamente o sistema nervoso, porém, a compensação dos efeitos benéficos da isotretinoína no tratamento da acne também é considerada. Além disso, é destacado que a influência da isotretinoína no humor dos pacientes é gradual e não um evento agudo.
Embora aproximadamente um quinto dos pacientes com acne sofra de transtornos psiquiátricos, é ressaltado que aqueles com acne severa, cicatrizes ou que não respondem ao tratamento podem ter um pior estado de humor depressivo.
No entanto, apesar dos resultados resumidos de estudos retrospectivos sugerirem um aumento do risco de depressão com o uso de isotretinoína em pacientes com acne, são necessários estudos prospectivos controlados para confirmar essa associação.
Li C, Chen J, Wang W, et al. Use of isotretinoin and risk of depression in patients with acne: a systematic review and meta-analysis. BMJ Open 2019;9:e021549.
doi:10.1136/ bmjopen-2018-021549